Foto: Jojô Borges (Prefeitura de São Gabriel)
Prefeito visita central de tratamento de água em São Gabriel
A São Gabriel Saneamento, que detém a concessão do sistema de abastecimento de água e esgoto de São Gabriel, pretende investir R$ 36 milhões, nos próximos dois anos, para colocar em operação a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE). A obra, que começou em janeiro, ocupará, quando pronta, uma área de 30 mil metros quadrados.
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As projeções da concessionária apontam que, até 2021, São Gabriel terá 60% de cobertura de tratamento de esgoto na zona urbana. Conforme o projeto, serão 113 quilômetros de rede de esgoto e ramais domiciliares. Segundo o diretor da São Gabriel Saneamentos, Luiz Antônio Bertazzo, serão construídas 15 elevatórias para ajustar o curso da água tratada conforme a topografia do terreno. As novas redes de esgoto terão apenas um metro e meio de profundidade, para facilitar a manutenção.
De acordo com Bertazzo, ao longo dos seis anos de contrato com o município, a empresa já investiu R$ 19 milhões na melhoria das tubulações, modernização das instalações e aprimoramento do sistema. A prioridade, agora, é para a obra da ETE. A intenção é, até 2024, praticamente dobrar a rede para atender 90% da população com esgoto tratado.
- A previsão é de término da primeira etapa até 2021, com os 60% da cobertura. Na segunda etapa, vamos dobrar, chegando a 230 quilômetros de rede. Com isso, atingiremos os 90% de cobertura, com um investimento de cerca de R$ 20 milhões - informa o diretor.
Conforme Bertazzo, a ampliação da rede em São Gabriel deverá gerar de 150 a 200 empregos, entre vagas diretas e indiretas. Isso ocorre, segundo ele, porque as empresas terceirizadas que trabalham no canteiro de obras acabam contratando trabalhadores do município.
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- Trabalhamos com cinco ou seis terceirizadas e, no caso das empresas de fora, elas não vão trazer funcionários para São Gabriel, vão empregar a mão de obra daqui porque o custo é mais barato - diz Bertazzo.
A São Gabriel atua no município desde 9 de maio de 2012, quando assumiu a gestão dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário, por um período de concessão de 30 anos. Atualmente, a empresa emprega cerca de 50 pessoas e pretende se expandir para outros municípios.
- A gente tem prospecção de novas cidades. Estamos retomando esse processo, fazendo visitas aos prefeitos para apresentar o case de São Gabriel e mostrar a diferença entre a nossa gestão e aquelas à que os demais prefeitos estão acostumados - afirma o diretor.
AGROTÓXICO
A São Gabriel Saneamento contesta os dados de um levantamento que apontou a contaminação, por agrotóxicos, da água consumida no município. O levantamento foi apresentado pela ONG Repórter Brasil e Agência Pública, em abril. Com base em estudo paralelo e em uma reportagem publicada no Portal Ciência e Tecnologia Agro (C&T Agro), a empresa afirma que a informação foi distorcida.
- Nunca foi constatada a presença de agrotóxicos no manancial do Rio Vacacaí - afirma Bertazzo, acrescentando que o material divulgado apresenta dados diferentes das análises das concessionárias.
As empresas concessionárias, segundo o diretor da São Gabriel Saneamento, coletam água para análise de seis em seis meses, de dezembro a junho. Assim, a coleta ocorre no auge do uso de pesticidas nas lavouras. O estudo é feito por laboratório creditado pelo Inmetro junto ao Ministério da Saúde.
A concessionária argumenta que, após consulta ao banco de dados do Ministério da Saúde, o Siságua, foram detectadas divergências entre as informações divulgadas com as existentes. Também teriam sido identificadas manipulações de dados.
Conforme o C&T Agro, os valores máximos permitidos de pesticidas foram estabelecidos por meio de portarias de 2011 e 2017. O documento de 2011 atualizou os indicadores que devem ser analisados na água pelas companhias de abastecimento e determinou parâmetros de sanidade. Dos ingredientes ativos de pesticidas, 11 não são mais usados no Brasil.